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O Judiciário está nas cordas, apanhando, e precisa virar o jogo

Novo presidente da Andes critica ativismo judicial e defende mudanças na aposentadoria da Magistratura

A busca por Justiça no Brasil cresceu mais de 60% nos últimos dez anos. Em 2019, 40 milhões de novos processos deram entrada em todas os tribunais do país, contra os 25,5 milhões de ações impetradas em 2009. No mesmo período, porém, o judiciário encolheu 22%. Hoje são mais de 4 mil cargos vagos à espera de concursos pelo país. Ao mesmo tempo,o Poder Judiciário enfrenta ameaças a juízes e desembargadores, protestosem frente à casa de ministros e ataques ao Supremo Tribunal Federal, além milhares de processos administrativos contra seus magistrados. Só no Conselho Nacional de Justiça existem hoje de 1.198 ações. Neste cenário conturbado, o desembargador Marcelo Buhatem foi eleito, no último dia 8,presidente da Associação Nacional de Desembargadores.
Com 20 anos de carreira no Ministério Público e dez anos na magistratura, Buhatem também atuou por muitos anos como assessor parlamentar da Associação do Ministério Público do Rio de Janeiro junto à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Ele pretende agora usar esta bagagem política para defender os interesses de sua classe junto aos três poderes.
Em entrevista para a Agência EuroCom, o novo presidente da Andes conta que irá aparelhar a entidade com os instrumentos necessários para enfrentar estes tempos bicudos para a Magistratura. Ele adverte que aquela antiga máxima de que “juízes só falam dentro dos processos”, não existe mais.
O judiciário saiu de seu quadrado e foi para um octógono. Está nas cordas, apanhando, e precisa virar o jogo,  sentencia.