O Desembargador Fernando Foch de Lemos Arigony da Silva, 1º Vice-presidente da Associação Nacional de Desembargadores – ANDES, foi homenageado nesta quarta-feira, dia 23, após realizar a sua última sessão na 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). A homenagem foi organizada pela Presidente da 2ª Câmara, Desembargadora Helda Lima Meireles, e teve momentos marcantes que emocionaram bastante o Magistrado, que se aposentará no próximo dia 30, ao completar 75 anos e após prestar 41 anos de dedicação à Magistratura.
O plenário da 2ª Câmara, onde aconteceu o evento, ficou repleto de Magistrados, servidores, familiares e amigos do homenageado. O Presidente da ANDES, Desembargador Fabio Dutra, compareceu para parabenizar o homenageado. Entre os Desembargadores presentes: Ricardo Couto de Castro (Presidente do TJRJ), Cláudio Brandão de Oliveira (Corregedor-geral da Justiça), Suely Lopes Magalhães (1ª Vice-presidente do TJRJ), Maria Angélica Guimarães Guerra Guedes (2ª Vice-presidente do TJRJ), Heleno Ribeiro Pereira Nunes (3º vice-presidente do TJRJ), Peterson Barroso Simão (Presidente do TRE-RJ), Jean Albert de Souza Saadi (Presidente do IMB). Ex-presidentes dos TJRJ também compareceram, como os Desembargadores Miguel Pachá, Sergio Cavalieri Filho e Henrique Carlos de Andrade Figueira.
Alguns Diretores da ANDES também compareceram, como os Desembargadores Fernando Fernandy Fernandes e Renata Machado Cotta, do Conselho Deliberativo; Carlos Santos de Oliveira e Vitor Marcelo Aranha Afonso Rodrigues, do Conselho Fiscal.
Emoção do começo ao fim
A Desembargadora Helda Meireles passou a presidência da sessão para o Desembargador Fernando Foch, em sua despedida da 2ª Câmara de Direito Privado do TJRJ. O Magistrado ficou muito emocionado e ao final da sessão os convidados começaram a chegar para a homenagem.
Mais emoção quando a Desembargadora Helda, que organizou o evento, iniciou a homenagem lendo dois poemas de Carlos Drummond de Andrade, “Passagem do Ano” e “O Tempo Passa? Não Passa”. A Magistrada preparou um discurso para a ocasião, porém, muito emocionada, não leu o texto por completo preferindo improvisar destacando: “Hoje, nos reunimos aqui para celebrar não um encerramento, mas um marco. A aposentadoria de um Magistrado representa o coroamento de uma trajetória. E a do Desembargador Foch é exemplar, dedicada ao serviço público e ao Judiciário.” Ela entregou ao Magistrado uma placa, o que o deixou mais ainda emocionado.
Ao agradecer a homenagem, o Desembargador Fernando Foch citou alguns momentos da sua trajetória na Justiça e contou que antes de escolher a carreira jurídica, atuou como jornalista por 17 anos, até que tomou a decisão após a leitura do livro “Instituições de Direito Civil” de Caio Mário, esquecido em sua casa por um amigo após um encontro.
– Há 41 anos, um jovem advogado percebeu que sua vocação era a Magistratura. Porque percebeu que é o Judiciário que realiza o ideal de Justiça. É ao Judiciário que o mais desvalido dos cidadãos, tanto quanto a mais poderosa corporação se dirige para repor a ordem jurídica. É uma missão nobilíssima. Nós somos o único Poder ao qual alguém se dirige e pode conseguir a alteração da vontade política do estado. E nesses 41 anos, vivi muito intensamente um ideal de Justiça. Vou levar a consciência do dever cumprido e a amizade de todos vocês. Nessa casa me senti em família – afirmou o homenageado.
Ainda de surpresa, a filha do Desembargador, Ana Rosa, cantou a música “Ainda Bem”, de Marisa Monte, e leu um texto em homenagem ao pai, onde declarava sobre o homem amoroso e amigo na vida familiar. A esposa Alexandra e os filhos Roberto e João Fernando também acompanharam todo o evento.
Currículo
Fernando Foch nasceu em 30 de julho de 1950, na Cidade do Rio de Janeiro, e era jornalista quando decidiu cursar a Faculdade de Direito da UFRJ, na qual se graduou bacharel em 1976. É mestre em Direito Constitucional e exerceu o magistério superior. Ao lado do jornalismo, exerceu a advocacia. Em 1981 optou pela advocacia. Foi assessor da Presidência do Conselho Federal da OAB na gestão de Eduardo Seabra Fagundes. Por concurso, foi advogado da Embrafilme e Assistente Jurídico da União. Foi assessor jurídico do Conselho Nacional de Cinema, Concine, hoje Ancine. Ingressou na Magistratura de carreira do Estado do Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1984.
Atuou nas Comarcas de Itaguaí, Angra dos Reis e Paraty, além da Capital, onde teve exercício ou titularidade em varas cíveis, criminais e de Fazenda Pública. Foi juiz auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça, quando conduziu correções, algumas de repercussão nacional. Também foi juiz auxiliar de dois presidentes do Tribunal Regional Eleitoral. Integrou o Órgão Especial e compôs o Tribunal Especial Misto.
Exerceu o magistério superior, inclusive na Emerj, onde presidiu por oito anos o Fórum Permanente de Liberdade de Expressão e preside o Fórum Permanente de Diálogos da Imprensa com o Judiciário. Presidiu a banca de Direito Penal, Processo Penal e Direito Constitucional do 47º Concurso Público para Ingresso na Magistratura de Carreira do Estado do Rio de Janeiro. É autor de artigos jurídicos publicados em obras coletivas e na Revista Juris Poiesis, na Revista da Emerj e na Revista de Direito da Uerj. Atualmente é 1º Vice-Presidente da Associação Nacional de Desembargadores – Andes, da qual foi um dos fundadores.
Foi promovido a Desembargador em 24 de agosto de 2005. Foi titular da 19ª Câmara Cível (hoje 21ª Câmara de Direito Privado) e é titular da 3ª Câmara Cível (hoje 2ª Câmara de Direito Privado).
